domingo, 2 de dezembro de 2012

Inconsequência

Amor... essa paixão deixará saudade.
Essa saudade deixará solidão;
E’la ter nascido na impossibilidade
Atrelou-a ainda mais ao meu coração.

Só de sonhar já me causa euforia.

Mas tudo que vejo vem da imaginação.
Milhares de músicas eu comporia,
Fosse um beijo servido à inspiração.

Tive o prestigio de um sonho singular.

Encantei-me no teu modo de cantar.
E como que um presente p’ra me confortar,
Três palavras encantadas deixaste escapar.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Visão e Virtude

Hoje descobri que cabe em meu coração toda a tristeza do mundo.
É mais do que só solidão.
É mais do que a dor da paixão.
É dor, essa, que não sei porque dói tão fundo.

E me cala.
Sem emoção.
A mente é que fala.
É a dor da razão.

Qual o sentido de tudo?
Por que estou aqui?
Falo sério! Sobre isso não há estudo.
Ao menos nenhum coerente eu vi.

Canto mais alto,
Calo a razão.
Mas ainda há asfalto.
Ainda não há sensação.

O que significam minhas escolhas?
Por que sinto tudo em solidão?
Pra que tantos rabiscos em tantas folhas?
A forma final não importa! É tudo em vão.

Fiz tudo certo.
Por isso mesmo errei.
Sempre fui esperto.
E por isso mesmo errei.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Aqui em cima

Silencio
Pois não confio nessa luz.
Desconfio
É no escuro que o silêncio reluz.

Teu olhar fixo já fala muito.
Pra mim, somado ao escuro, é extremamente o bastante.
Assim, um olhar de estrelas fortuito
Cria um desejo e eterniza um instante.

A respiração ofegante tem algo a dizer.
O coração bate mais rápido que a razão.
Um abraço, um instante, nos teu lábios prazer.
Pra sempre no espaço-tempo criou-se um vão.

Olhar pra trás já não satisfaz,
Mas a lembrança é o que me restou.
Consumido pelo sentimento voraz,
Vivo pra sempre no momento que se eternizou.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Um pouco de mim...

Quanta certeza não tenho nessa vida,
Da certeza que o acaso fará o caminho?
Da certeza que não viverei para sempre sozinho?
Certa certeza que se passa, iludida.

Do meu desencanto, quanto já cantei?
Nas minhas canções resumidas ao que vejo com o coração.
Da minha poesia, por trás de tudo, cantada com emoção.
Na minha vida, quanto de mim não encontrei?

E que me passa, ilusão tão desejada.
O anseio mudo responde cego à alvorada.
Repousa sob o sereno um cruel coração,
Que para cruel a vida lhe serviu de lição.