quinta-feira, 16 de junho de 2011

Dedicação

Dedico esta poesia a uma amiga que é especial para mim.
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O amor que tenho agora,
Que é saudade já de outrora,
Era a'lma da paixão.
Era minha alma e coração.

E o que fiz,
Se não o que se havia para fazer?
E o que quis,
Se não tudo que havia de receber?

E fui quem deveria ser.
Não temi nem encorajei.
Vivi a ironia do teu viver,
Por isso no fim não me preocupei.

Acontece que sou assim,
Prendo-me onde não devia.
E assim mantenho dentro de mim
O que passou, se é que havia.
                                [Aonde está esse passado?]

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Vou bem...

I

Me pediste algumas palavras.
Querias saber como eu estava.
Emudecido ao teor das minhas amarras,
Falar a verdade, a ti, eu não ousava.

Pois que havia eu de dizer?
No meu sentimento já há teu saber.
Tudo que lhe contaria,
O nosso próprio relacionamento arriscaria.

Mas ai há de se definir
O que o pensamento me faz sentir.
E saberia realizar
Independente do que falar.

A questão é que sem saber
Já sofro por temer.
E toda alegria do meu canto
Inspira, também, meu desencanto.

II

O mal que me faz é pensar.
Pensar talvez demais.
Mas é que eu queria te alcançar,
E mais do que sou, ser eu a mais.

Pois te admiro assim.
Acredito estar acima de mim.
Dai meu medo de continuar.
Dai tal medo de tentar.

Pois que, em uma coisa e outra,
Junta-se todo meu querer.
Não de querer-te noutra,
Mas que em mim ser único o teu ter.

III

Envolto, aqui, em pensamento.
Num pensamento que há de voltar.
Creditando todo meu sentimento,
No que somente hei de pensar.

O que deveras é dor,
Transpassa a ilusão,
Do sentimento que é amor,
Uma vez que é também coração.

domingo, 13 de março de 2011

Coragem

De repente toda inspiração acabou
A escuridão tomou minha mente
A palavra de amor não ecoou
Não havia possibilidade de escrever algo coerente.

As primeiras palavras balbuciei
Rabisquei as primeiras linhas
As cenas, em mente, recriei
Transformei em tuas as intenções minhas.

Arrisquei um pensamento futuro
Risquei sem titubear
Foi somente um tiro no escuro
Foi apenas imaginar...

Na minha surrealidade
Esperava te encontrar
O problema da verdade
É justamente ter de realizar.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Seja breve

Levei tanto tempo para descobrir os sentimentos da vida...
Agora sinto que estou velho
Que tudo mudou
Que nada sei
Que nada sinto.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Poesia número 62

A noite está fria
Você não está aqui
Igual a toda poesia,
Em todas de amor eu vi.

Não posso fazer diferente,
Eu te amo
E isso não sai a da minha mente
Talvez no próximo ano.

Como nas músicas
Espero um ano
Ilusões lúcidas
Eu não me engano.

Que ilusão,
Beijei-te,
Tive teu coração
Deixei-te.

Deixei
Como nos filmes
Viajei
Nada mais simples.

Simples seria,
Ficar ao teu lado,
Todo, todo dia
E não ser atordoado.

Atordoado sempre,
Como nos livros,
Isso realmente não sai da minha mente
Iguais, mortos ou vivos.

Mortos,
como no teatro.
Romeu e Julieta
No último ato.

Atos todos iguais,
Como nos murais
Nunca voltam atrás
Não mais.

Não voltam por falta de opção
Se pudesse voltariam,
Escolher um novo coração.
De novo errariam.

Escolher outro coração
Como na ficção,
Pra tentar uma nova paixão
E de novo errar então.

Apaixonar-se loucamente
Algo por toda a vida,
É o que todos têm em mente,
Até chorarem no momento da partida.

Partida, Despedida
Como nos romances
Até por ventura se reencontrarem na vida,
E criarem novas chances.

Novas chances para fugir,
Novas chances de chorar,
E a ferida reabrir,
E muito se lamentar.

Lamentar, como no drama,
Onde muito se sofre
Ao desenrolar da trama,
E de tudo se foge.

Fugir por fraqueza,
Como uns covardes
Sem destreza
O que encoraja são as bebidas nos fins de tardes.

Fim de tarde a escuridão,
Como nos filmes de terror,
Que amedronta o coração
E nos enche de horror.

Horror do inevitável,
Inaceitável,
Concebível,
Possível.

Impossível como a vida
Inevitável,
Inadmissível partida,
Desse mundo instável.